Filho de uma mãe mexicana e de um pai grego, Homero Aridjis nasceu em Contepec, Michoacán, México, em 1940. Quando criança, Homero costumava andar até uma encosta perto de sua casa, onde ele podia ouvir o canto dos pássaros, ver as borboletas Monarca nas árvores, e apreciar a beleza da natureza à sua volta. Anos depois, já como diplomata e professor, Aridjis retornou ao local da infância e viu que muitas árvores haviam sido cortadas, não sendo mais possível que ele ouvisse os pássaros cantando, nem que pudesse assistir aos vôos das borboletas Monarca.

Preocupado com o estado do meio-ambiente, em 1985 Aridjis fundou o Grupo dos 100, um grupo ambientalista formado por artistas e intelectuais influentes ao redor do mundo (incluindo Octavio Paz, Leonora Carrington e Gabriel Garcia Marquez), que lutou pela defesa do meio ambiente e a promoção da biodiversidade no México e em locais próximos. O grupo lutou por diversas causas e alcançou êxito em muitas delas, tais como a preservação das florestas que hospedam a borboleta Monarca no inverno, a proteção das tartarugas marinhas contra a caça, a melhoria da qualidade do ar na Cidade do México, e a preservação das lagoas na Baixa Califórnia, nas quais a baleia cinza se reproduz e cria seus filhotes.

Suas realizações a favor do meio ambiente foram reconhecidas mundialmente, resultando no recebimento de alguns prêmios, como o Prêmio John Hay da Orion Society, o Prêmio Força pela Natureza do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, o Prêmio Green Cross Millennium por Liderança Ambiental Internacional (junto de sua esposa Betty Ferber), dado por Mikhail Gorbachev, e o Prêmio Global 500 do Programa Ambiental das Nações Unidas, em nome do Grupo dos 100. Aridjis também foi contemplado com diversos prêmios como escritor, incluindo o Prêmio Golden Key of Smederevo de poesia, o Prêmio Literário Camaiore Internacional, o prêmio de poesia Violani Landi da Universidade de Bolonha, e duas bolsas Guggenheim.

Conhecido como a “alma poética” do ambientalismo mexicano e como um dos intelectuais de maior importância no México, Aridjis é autor de mais de 50 livros de poesia e prosa, muitos dos quais traduzidos para 15 idiomas. Além de trazer os temas do meio-ambiente para suas produções, o autor também possui obras sobre o amor, a morte e a sensualidade, inspirada nos mitos clássicos ocidentais e não ocidentais. Alguns de seus livros de poesia são Mirándola dormir (1964), Los espacios azules (1969) El poeta niño (1971), Quemar las naves (1975), El ojo de la ballena: Poemas 1999-2001 (2001), Los poemas solares (2005), entre outros.