Ecopoesia

O boto no corpo

Astrid Cabral

Corre no chão do corpo um rio escuro

de turvas águas e desejos fundos

linfa ancestral entre pêlos e apelos.

Nela, um boto prestes ao bote habita

e investe para que outros rios se gerem

e a vida não se aborte e eterna jorre.

 

 

 

Cabral, Astrid. “O boto no corpo.” Cage. Austin: Host Publications, 2008. p. 38.




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