Garrafas e latas jogadas nos canteiros
lírio branco, rosas
lilases súbito espinhos
há putas na outra esquina
frases
se perdem na sombra
ampla de uma árvore
que se projeta
na parede de concreto
do respiro
da estação do metrô
(mais atrás
um edifício alto com janelas
abertas pela primavera)
Não mate os mendigos
Me desculpa por ser assim
Nunca venda sua revolta
recostados numa porta,
deitados na calçada
onde também urinam
e guardam o cachimbo
às vezes levam uma bolsa
e uma joia
às vezes pedem esmola
Bonvicino, Regis. “Petróglifo.” Beyond the Wall. Los Angeles: Green Integer, 2017. pp. 122-24.